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Forbidden sign with alcohol drinks glyph icon. Vector silhouette
Desde 2014 não me abstinha do álcool por tanto tempo, sei disto porque a minha relação com a bebida é assim: calculada. Quem leu o meu livro “Quem é a Estrada?” está por dentro. Eu passei a respeitar o álcool depois de me desrespeitar inúmeras vezes garrafa abaixo. Enfim, não é sobre isso (ou é?), mas completei o desafio com sucesso e achei válido compartilhar alguns insights.
Tabu resume. Não beber é não estar no círculo social de uma maneira confortável. A pessoa só pode estar doente, ou grávida, ou é a neurótica da dieta. O curioso é que o que coloca um sujeito a se manter sóbrio em um mundo em que o álcool é quase uma obrigação social, possivelmente, tem a ver, sim, com uma história pessoal, então, forçar, incentivar, questionar, não é o mais interessante, convenhamos. Também não faltaram dicas de como disfarçar: serve um copo e passa a noite inteira fazendo de conta. Vai de drinque sem álcool e não comenta com ninguém. Sério? Está errado, turma.
Senti vontade? Puxa vida, muita. Mas consegui organizar melhor o que era desejo gastronômico ou de diversão do que era gatilho para encaixar o copo na mão e aliviar uma tensão momentânea pessoal ou linkada à inclusão. Reabri os trabalhos com mais direção – mesmo que atualmente (finalmente!) eu seja considerada pelos mais próximos como alguém que bebe pouco. Ressaca é artigo raro por aqui, então, nem pude somar tanto os benefícios de acordar sem dor de cabeça ou enjoo comuns ao dia seguinte a uma bebedeira.
E o emagrecimento, afinal? Não sei se veio deste lugar, contudo, desinchei bem, a pele melhorou, o intestino também e a minha disposição para exercícios físicos e acordar cedo aumentou. Meu organismo agradecia a folga dia após dia. No final das contas, não é um relato moralista, até porque voltei ao meu ritmo e brindei às festas de final de ano. A ideia é conversar com quem pressiona do outro lado – já estive muitas vezes nesse papel, aliás. Pega leve. O teu consumo de álcool é diferente do outro por inúmeras razões e anseios. Que possamos respeitar mais o copo do outro. E para quem se influenciou: o “Janeiro Seco” já começou. Ainda está em tempo de engajar na campanha internacional dos 31 dias sem bebida alcóolica.
Obs: os desafios envolvendo abstinência de álcool são praticados por quem NÃO lida com o vício. No AA, o lema é “só por hoje”. Então, se você acredita que é dependente, busque ajuda.
Por: Fernanda Pandolfi @fepandolfi